domingo, 27 de fevereiro de 2011

Oscar Watch, o round final, parte II - Nós Escolhemos

Para ler escutando: Teddy Picker - Arctic Monkeys

Uma das melhores partes da "temporada de prêmios", um dos esportes favoritos de qualquer cinéfilo, é reclamar das escolhas da academia (só não faz mais sucesso do que reclamar do Rubens Ewald Filho, que é, no fim das contas, a grande graça do Oscar). Mas e se o Oscar não fosse escolhido pelos membros da academia?

Então, para fazer justiça nessa noite, todos os participantes do Bolão do TTF enviaram, junto com suas apostas, seus indicados favoritos em cada categoria. Em algum lugar entre a palma de ouro e a framboesa de ouro, fique agora com o nosso Oscar.



Melhor Filme


Discurso do Rei, o favorito para o homenzinho dourado? Nem recebeu voto. A disputa aqui foi entre computadores e balé, e o jogo de espelhos de Darren Aronofsky sobre obsessão e loucura levou o prêmio principal da noite.

Cisne Negro (votos: Ana, Fernanda, Leonardo, Patrícia, Fernando)
A Rede Social (votos: Victor, Rodrigo, Matheus)



Melhor Direção


Fincher e Hooper podem ser os favoritos para o Oscar, mas o nosso prêmio vai para Darren Aronofsky, o mestre dos personagens obsessivos, por seu trabalho hábil como maestro em Cisne Negro.

Darren Aronofsky (votos: Ana, Fernanda, Leonardo, Patrícia, Fernando)
David Fincher (votos: Victor, Rodrigo, Matheus)



Melhor Ator


Não podia ser diferente. Colin Firth já vem merecendo desde 2010, e já pode comprar uma estante maior para suportar tanto prêmio assim, o mais importante, é claro, o nosso.

Colin Firth (votos: Ana, Fernanda, Victor, Lucas, Fernando)
James Franco (votos: Rodrigo, Leonardo, Maiara)
Javier Bardem (votos: Patrícia)
Jeff Bridges (votos: Matheus)



Melhor Atriz


Ela aprendeu balé, emagreceu, quebrou uma costela só para criar a performance de uma vida. Nada mais justo que essa quase unanimidade, Natalie Portman.

Natalie Portman (votos: Ana, Fernanda, Victor, Leonardo, Patrícia, Matheus, Maiara, Fernando)
Michelle Williams (votos: Lucas, Rodrigo)



Melhor Ator Coadjuvante


A balança é a melhor amiga de Christian Bale:

Christian Bale ( votos: Ana, Victor, Lucas, Rodrigo, Leonardo, Matheus)
Geoffrey Rush ( votos: Fernanda, Patrícia)
Mark Ruffalo (votos: Maiara)
John Hawkes (votos: Fernando)



Melhor Atriz Coadjuvante


Se Hailee Steinfeld é coadjuvante, Avatar é o melhor filme da história. Hailee é a principal estrela de Bravura Indômita, e consegue entregar perfeitamente os grandes diálogos de Joel e Ethan Coen.

Hailee Steinfeld (votos: Ana, Fernanda, Leonardo, Matheus, Maiara, Fernando)
Melissa Leo (votos: Victor)
Jackie Weaver (votos: Rodrigo)
Helena Bonham-Carter (votos: Patrícia)



Melhor Filme de Animação


UNANIMIDADE. Mesmo em um ano fortíssimo na categoria, a Pixar fechou toda uma era da animação nessa pequena jóia chamada Toy Story 3.

Toy Story 3 (votos: Ana, Fernanda, Victor, Lucas, Rodrigo, Leonardo, Patrícia, Matheus, Fernando)



Melhor Roteiro Original


Ele não teve medo de sonhar um pouco mais alto, e entregou mais um labirinto para os seus fãs. Christopher Nolan deixa, aqui, todos os seus concorrentes para trás.

A Origem (votos: Ana, Rodrigo, Leonardo, Patrícia, Maiara, Fernando)
O Discurso do rei (votos: Fernanda)
Another Year (votos: Victor, Lucas)
O Vencedor (votos: Matheus)



Melhor Roteiro Adaptado


Diálogos rápidos e inteligentes e todos os elementos que tornaram Aaron Sorkin um nome certo para roteiros de qualidade.

A Rede Social (votos: Ana, Fernanda, Victor, Rodrigo, Matheus,
127 Horas (votos: Leonardo, Patrícia, Maiara
Inverno da Alma (votos: Fernando



Melhor Fotografia


Balé nunca pareceu tão impressionante, real e bem iluminado. Créditos para Matthew Libatique, diretor de fotografia de Cisne Negro.

Cisne Negro (votos: Fernanda, Victor, Leonardo, Patrícia, Matheus, Fernando)
Bravura Indômita (votos: Ana, Lucas, Rodrigo, Maiara)

Melhor Direção de Arte


Empate. Dois delírios visuais. Alguns escolheram as cores vivas da película de Tim Burton, e outros escolheram os sonhos urbanos da obra de Christopher Nolan. Duas excelentes escolhas.

Alice no país das maravilhas (votos: Ana, Fernanda, Maiara, Fernando)
A Origem (votos: Rodrigo, Leonardo, Patrícia, Matheus)
O Discurso do rei (votos: Victor)
Harry Potter (votos: Lucas)



Melhor Montagem


Perfeitamente montado, A Rede Social dependeu muito de seus editores para que aquela modernidade e velocidade fosse traduzida em imagens.

A Rede Social (votos: Ana, Victor, Lucas, Rodrigo, Patrícia, Matheus)
Cisne Negro (votos: Fernanda, Leonardo, Fernando)
127 Horas (votos: Maiara)



Efeitos Visuais


Um filme exigente no departamento de efeitos visuais. O mundo dos sonhos de Nolan foi perfeitamente construído e desconstruído.

A Origem (votos: Ana, Victor, Rodrigo, Leonardo, Patrícia, Maiara)
Alice no país das maravilhas (votos: Fernanda, Fernando)
Harry Potter (votos: Lucas)
Homem de Ferro II (votos: Matheus)

Melhor Edição de Som


Um filme que te deixa completamente imerso em sua trilha e nos menores ruídos.

A Origem (votos: Ana, Victor, Lucas, Rodrigo, Leonardo, Patrícia, Fernando)
Toy Story 3 (votos: Fernanda, Matheus)



Melhor Mixagem de Som




A rede social (votos: Ana, Fernanda, Victor, Lucas, Patrícia)
Bravura Indômita (votos: Rodrigo, Matheus)
A Origem (votos: Leonardo, Fernando)



Melhor Figurino


Mais um troféu para os visuais fantásticos de Tim Burton.

Alice no país das maravilhas (votos: Fernanda, Patrícia, Maiara, Fernando)
O Discurso do Rei (votos: Victor, Lucas, Leonardo)
Bravura Indômita (votos: Ana, Rodrigo)



Melhor Maquiagem


Só assim para "O Lobisomem" levar um prêmio sério.

O lobisomem (votos: Ana, Victor, Lucas, Rodrigo, Leonardo, Matheus)
The way back (votos: Fernanda, Fernando)
A Minha Versão do Amor (votos: Patrícia)



Melhor Trilha Sonora


Por poucos votos de diferença, a modernidade de Trent Reznor e Atticus Ross leva o troféu.

A Rede Social (votos: Ana, Fernanda, Victor, Lucas, Rodrigo, Matheus)
A Origem (votos: Leonardo, Patrícia, Fernando)



Melhor Canção


Mais um hino de amizade de Randy Newman, para fechar a nossa premiação nesse clima de união (até o final do bolão, pelo menos).

We Belong Together - Randy Newman (votos: Ana, Fernanda, Victor, Lucas, Rodrigo, Matheus, Fernando)
If I Rise - Dido & AR Rahman (votos: Leonardo, Patrícia)

Oscar Watch, o round final, parte I: As apostas



Para ler escutando:
This is why we fight - The Decemberists

Ser cinéfilo é mais do que apenas gostar de cinema. Não escolhemos essa condiação, por mais que essa frase esteja batida, é um impulso que nos escolhe. Ser cinéfilo é sentir a vontade física constante de assistir a um filme, o escolher sem preconceitos e buscando os caminhos menos óbvios e o vivenciar de maneira mais intensa do que a grande maioria. Para o cinéfilo, estar dentro de uma sala de cinema é o equivalente à meditação para as religiões orientais. Por isso nos incomodam tanto os chutes nas cadeiras, as conversas altas e as incoerências das salas de exibição, que nos tiram desse adorado nirvana.

Em 2010, ser cinéfilo significou sentir a dor de uma amputação, duvidar da própria sanidade em giros coreografados, viajar pelo subconsciente, se sentir como uma criança novamente (e chorar como uma também, para alguns), conhecer, sem julgamentos ou preconceitos, uma família diferente e um "vilão corporativo", acompanhar a jornada de duas crianças de coração endurecido e torcer, na mesma medida, por um soco certeiro e um discurso certeiro.

Não existe uma época melhor para os membros desse grupo do que a tal corrida do Oscar. Durante a temporada de premiações, o mundo inteiro se torna um pouco cinéfilo. As notícias que se limitavam às páginas menores e escondidas do jornal viram manchetes, os trending topics são completamente tomados por atores, atrizes e diretores.

Então, um grupo que merece bastante esse título de "cinéfilo", e reúne todos os tipos de opiniões, resolveu se juntar em uma competição (saúdavel e sem prêmios, só com possíveis discussões via twitter sobre a qualidade ou não de Inception e Cisne Negro) para ver quem acerta mais. E você pode ver de camarote a batalha, e saber os resultados, amanhã, aqui mesmo no TTF.

O mais fascinante é que até nas apostas, O Discurso do Rei está perfeitamente empatado com A Rede Social. David Fincher aparece como favorito ao prêmio de diretor, e os prêmios de Ator, Atriz e Ator Coadjuvante estão previsíveis como sempre. Essas são as nossas apostas.

Apostadora: Ana Clara Matta

1. Melhor Filme - O Discurso do Rei
2. Melhor Direção - David Fincher, A Rede Social
3. Melhor Ator - Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz - Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Hailee Steinfeld, Bravura Indômita
7. Melhor Filme Estrangeiro - Biutiful (México)
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - O Discurso do Rei
10. Melhor Roteiro Adaptado - A Rede Social
11. Melhor Fotografia - Bravura Indômita
12. Melhor Direção de Arte - Alice no país das maravilhas
13. Melhor Montagem - A Rede Social
14. Efeitos Visuais - A Origem
15. Melhor Edição de Som - A Origem
16. Melhor Mixagem de Som - A Rede Social
17. Melhor Figurino - O Discurso do rei
18. Melhor Maquiagem - O Lobisomem
19. Melhor Trilha Sonora - O Discurso do rei
20. Melhor Canção - If I Rise - Dido & A.R.Rahman
21. Melhor Documentário - Trabalho Interno
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Killing in the name
23. Melhor Curta - The Confession
24. Melhor Curta Animado - Day & Night

Apostadora: Fernanda Paiva

1. Melhor Filme - A Rede Social
2. Melhor Direção - Darren Aronofsky
3. Melhor Ator - Colin Firth
4. Melhor Atriz - Natalie Portman
5. Melhor Ator Coadjuvante - Mark Ruffalo
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Hailee Steinfeld
7. Melhor Filme Estrangeiro - Biutiful
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - Christopher Nolan
10. Melhor Roteiro Adaptado - Aaron Sorkin
11. Melhor Fotografia - Cisne Negro
12. Melhor Direção de Arte - Alice no País das Maravilhas
13. Melhor Montagem - A Rede Social
14. Efeitos Visuais - A Origem
15. Melhor Edição de Som - Toy Story 3
16. Melhor Mixagem de Som - A Rede Social
17. Melhor Figurino - O Discurso do Rei
18. Melhor Maquiagem - The Way Back
19. Melhor Trilha Sonora - A Rede Social
20. Melhor Canção - We Belong Together, Toy Story 3
21. Melhor Documentário - Lixo Extraordinário
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Sun come up
23. Melhor Curta - The Crush
24. Melhor Curta Animado - Madagascar

Apostador: Fernando Martins

1. Melhor Filme - A Rede Social
2. Melhor Direção - David Fincher, A Rede Social
3. Melhor Ator - Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz - Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Melissa Leo, O Vencedor
7. Melhor Filme Estrangeiro - Biutiful (México)
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - Christopher Nolan, A Origem
10. Melhor Roteiro Adaptado - Aaron Sorkin, A Rede Social
11. Melhor Fotografia - Cisne Negro
12. Melhor Direção de Arte - Alice no país das maravilhas
13. Melhor Montagem - A Rede Social
14. Efeitos Visuais - Alice no país das maravilhas
15. Melhor Edição de Som - A Origem
16. Melhor Mixagem de Som - A Origem
17. Melhor Figurino - O Discurso do rei
18. Melhor Maquiagem - The Way Back
19. Melhor Trilha Sonora - O Discurso do rei
20. Melhor Canção - If I Rise - Dido & A.R.Rahman

Apostadora: Jéssica Moreira
(Ainda não enviou)

Apostador: Leonardo Martins

1. Melhor Filme - A Rede Social.
2. Melhor Direção - David Fincher, A Rede Social.
3. Melhor Ator - Colin Firth, O Discurso do Rei.
4. Melhor Atriz - Natalie Portman, Cisne Negro.
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale, O Vencedor.
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Hailee Steinfeld, Bravura Indômita.
7. Melhor Filme Estrangeiro - Biutiful (México).
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3.
9. Melhor Roteiro Original - Christopher Nolan, A Origem.
10. Melhor Roteiro Adaptado - Aaron Sorkin, A Rede Social.
11. Melhor Fotografia - Cisne Negro, Matthew Libatique.
12. Melhor Direção de Arte - O Discurso do Rei, Eve Stewart e Judy Farr.
13. Melhor Montagem - Cisne Negro, Andrew Wesiblum.
14. Efeitos Visuais - A Origem, Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb.
15. Melhor Edição de Som - A Origem, Richard King.
16. Melhor Mixagem de Som - A Origem, Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick.
17. Melhor Figurino - O Discurso do Rei, Jenny Beavan.
18. Melhor Maquiagem - O Lobisomem, Rick Baker e Dave Elsey.
19. Melhor Trilha Sonora - A Origem, Hans Zimmer.
20. Melhor Canção - If I Rise, 127 Horas.
21. Melhor Documentário - Exit Through The Gift Shop.
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Killing in the name.
23. Melhor Curta - Na Wewe.
24. Melhor Curta Animado - Day & Night.

Apostador: Lucas Procópio

1. Melhor Filme - O Discurso do Rei
2. Melhor Direção - David Fincher
3. Melhor Ator - Colin Firth
4. Melhor Atriz - Natalie Portman
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Melissa Leo
7. Melhor Filme Estrangeiro - Em Um Mundo Melhor
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - O Discurso do Rei
10. Melhor Roteiro Adaptado - A Rede Social
11. Melhor Fotografia - Bravura Indômita
12. Melhor Direção de Arte - Alice No País das Maravilhas
13. Melhor Montagem - A Rede Social
14. Efeitos Visuais - A Origem
15. Melhor Edição de Som - A Origem
16. Melhor Mixagem de Som - A Origem
17. Melhor Figurino - O Discurso do Rei
18. Melhor Maquiagem - O Lobisomem
19. Melhor Trilha Sonora - O Discurso do Rei
20. Melhor Canção - Toy Story 3
21. Melhor Documentário - Exit Through The Gift Shop
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Strangers No More
23. Melhor Curta - God Of Love
24. Melhor Curta Animado - Madagascar, A Journey Diary

Apostadora: Maiara Dutra

1. Melhor Filme – O Discurso do Rei
2. Melhor Direção – David Fincher
3. Melhor Ator – Colin Firth
4. Melhor Atriz – Natalie Portman
5. Melhor Ator Coadjuvante – Geoffrey Rush
6. Melhor Atriz Coadjuvante – Melissa Leo
7. Melhor Filme Estrangeiro - Biutiful
8. Melhor Filme de Animação – Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original – David Seidler
10. Melhor Roteiro Adaptado – Aaron Sorkin
11. Melhor Fotografia – Bravura Indômita
12. Melhor Direção de Arte – O discurso do rei
13. Melhor Montagem – A rede social
14. Efeitos Visuais – A Origem
15. Melhor Edição de Som – A origem
16. Melhor Mixagem de Som – O discurso do rei
17. Melhor Figurino – O discurso do rei
18. Melhor Maquiagem – O lobisomem
19. Melhor Trilha Sonora – O discurso do rei
20. Melhor Canção - We Belong Together
21. Melhor Documentário – Lixo extraordinário
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Strangers no more
23. Melhor Curta – The Crush
24. Melhor Curta Animado - The Lost Thing

Apostador: Matheus Weyh

1. Melhor Filme: A Rede Social
2. Melhor Direção: David Fincher, A Rede Social
3. Melhor Ator: Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz: Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante: Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante: Melissa Leo, O Vencedor
7. Melhor Filme Estrangeiro: Biutiful, México
8. Melhor Filme de Animação: Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original: Scott Silver, Paul Tamasy & Eric Johnson, O Vencedor
10. Melhor Roteiro Adaptado: Aaron Sorkin, A Rede Social
11. Melhor Fotografia: Cisne Negro, Matthew Libatique
12. Melhor Direção de Arte: O Discurso do Rei, Eve Stewart e Judy Farr
13. Melhor Montagem: A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter
14. Efeitos Visuais: Homem de Ferro II, Janek Sirrs, Ben Snow, Ged
Wright e Daniel Sudick
15. Melhor Edição de Som: Tron - O Legado, Gwendolyn Yates Whittle e
Addison Teague
16. Melhor Mixagem de Som: O Discurso do Rei, Paul Hamblin, Martin
Jensen e John Midgley
17. Melhor Figurino: O Discurso do Rei, Jenny Beavan
18. Melhor Maquiagem: O Lobisomem, Rick Baker e Dave Elsey
19. Melhor Trilha Sonora: A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross
20. Melhor Canção: We Belong Together, Toy Story 3
21. Melhor Documentário: Exit Through The Gift Shop
22. Melhor Documentário de Curta-metragem: Killing in the name
23. Melhor Curta: The Crush
24. Melhor Curta Animado: Day & Night

Apostadora: Patrícia Lira

1. Melhor Filme – O Discurso do Rei
2. Melhor Direção – Tom Hooper, O Discurso do Rei
3. Melhor Ator – Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz – Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante – Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante – Melissa Leo, O Vencedor
7. Melhor Filme Estrangeiro – Biutiful (México)
8. Melhor Filme de Animação – Toy Store 3
9. Melhor Roteiro Original – Christopher Nolan, A Origem
10.Melhor Roteiro Adaptado – Aaron Sorkin, A Rede Social
11.Melhor Fotografia – Cisne Negro, Matthew Libatique
12.Melhor Direção de Arte – A Origem, Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat
13.Melhor Montagem – A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter
14.Efeitos Visuais – A Origem, Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb
15.Melhor Edição de Som – A Origem, Richard King
16.Melhor Mixagem de Som – A Rede Social, Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick e Mark Weingarten
17.Melhor Figurino - Alice no País das Maravilhas, Colleen Atwood
18.Melhor Maquiagem – A Minha Versão do Amor, Adrien Morot
19.Melhor Trilha Sonora – A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross
20.Melhor Canção – We Belong Together, Toy Story 3
21.Melhor Documentário – Exit Through The Gift Shop
22.Melhor Documentário de Curta-metragem – Killing in the name
23.Melhor Curta – Na Wewe
24.Melhor Curta Animado – Day & Night

Apostador: Rodrigo Laurentino

1. Melhor Filme - Rede Social
2. Melhor Direção - David Fincher, A Rede Social
3. Melhor Ator - Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz - Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Melissa Leo, O Vencedor
7. Melhor Filme Estrangeiro - Em um mundo melhor (Dinamarca)
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - O Dirscurso do Rei
10. Melhor Roteiro Adaptado - A Rede Social
11. Melhor Fotografia - Bravura Indômita
12. Melhor Direção de Arte - Harry Potter e as relíquias da morte pt. 1
13. Melhor Montagem - A Rede Social
14. Efeitos Visuais - A Origem
15. Melhor Edição de Som - A Origem
16. Melhor Mixagem de Som - Bravura Indômita
17. Melhor Figurino - Bravura Indômita
18. Melhor Maquiagem - O Lobisomem
19. Melhor Trilha Sonora - A Rede Social
20. Melhor Canção - We belong together, Toy Story 3
21. Melhor Documentário - Exit Through the Gift Shop
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Killing in the name
23. Melhor Curta - The Confession
24. Melhor Curta Animado - Day & Night

Apostador: Tiago Germano
(Ainda não enviou)

Apostador: Victor Tavares

1. Melhor Filme - O Discurso Do Rei
2. Melhor Direção - Tom Hooper, O Discurso do Rei
3. Melhor Ator - Colin Firth, O Discurso do Rei
4. Melhor Atriz - Natalie Portman, Cisne Negro
5. Melhor Ator Coadjuvante - Christian Bale, O Vencedor
6. Melhor Atriz Coadjuvante - Melissa Leo, O Vencedor
7. Melhor Filme Estrangeiro - Incêndios
8. Melhor Filme de Animação - Toy Story 3
9. Melhor Roteiro Original - Christopher Nolan, A Origem
10. Melhor Roteiro Adaptado - Aaron Sorkin, A Rede Social
11. Melhor Fotografia - Bravura Indômita, Roger Deakins
12. Melhor Direção de Arte - O Discurso do Rei, Eve Stewart e Judy Farr
13. Melhor Montagem - A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter
14. Efeitos Visuais - A Origem, Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb
15. Melhor Edição de Som - A Origem, Richard King
16. Melhor Mixagem de Som - A Rede Social, Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick and Mark Weingarten
17. Melhor Figurino - O Discurso do Rei, Jenny Beavan
18. Melhor Maquiagem - O Lobisomem, Rick Baker e Dave Elsey
19. Melhor Trilha Sonora - A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross
20. Melhor Canção - We Belong Together, Toy Story 3
21. Melhor Documentário - Trabalho Interno
22. Melhor Documentário de Curta-metragem - Killing in the name
23. Melhor Curta - Na Wewe
24. Melhor Curta Animado - Day & Night

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Terra fria


Filme: Inverno da Alma (Winter's Bone,2010)
Nota: 8
Para ler escutando: Thistle & Weeds - Mumford and Sons

Para quem escreve sobre cinema e brinca de analisar e criticar, existem três tipos de filmes. Algumas obras te encantam tanto que a escrita de uma crítica se torna uma catarse instantânea. Alguns são tão ruins que sua mente, durante a exibição, já produz várias maneiras criativas, cruéis e irônicas de demonstrar a falta de qualidade daquilo que passeia pela tela. Esses dois primeiros tipos, apesar de representarem dois lados de uma moeda, possuem uma característica em comum: Eles te inspiram de maneira tão intensa que você não precisa de nenhum incentivo ou esforço para separar alguns momentos do seu dia para digitar palavras e formular sentenças. Mas existe um terceiro tipo.

Existem filmes, bons ou ruins (essa não é uma discussão de qualidade), que dificultam a missão do crítico ao não fornecer inspiração alguma. Inverno da Alma foi esse tipo de filme para mim. Mas o que torna Inverno da Alma, um belo filme independente, que carrega interpretações excelentes e uma boa direção, um filme tão pouco inspirador?

Inverno da Alma é uma jornada através de um espaço que não esperamos encontrar em um país de primeiro mundo. Porém, enquanto a realidade daquela terra gelada e miserável, sua crueldade e seu intrincado submundo, surpreendem, o roteiro não consegue o mesmo feito e parece comum demais pra um filme tão elogiado. O mesmo tema foi analisado sob outro prisma em Rio Congelado, de 2009, e a conexão que sentimos com aqueles personagens era bem mais intensa. Enquanto Rio Congelado era movido pelo coração da personagem de Melissa Leo, Inverno da Alma é quase cerebral demais.

Ree Dolly é a menos caricata de uma série de personagens femininos fortes e determinados que o cinema tem produzido, e Inverno da Alma é um filme repleto desses personagens. Interpretada com maestria pela jovem desconhecida Jennifer Lawrence, é a sua busca, seu foco e sua garra que movem o filme. Mas ela não é o personagem mais interessante da película. Enquanto Ree é a mártir sem falhas, entalhada com perfeição de caráter e propósito, seu tio é quem traz mais tridimensionalidade para Inverno Da Alma, em uma performance memorável de John Hawkes. O filme é bem dirigido e bem fotografado, e o ambiente, opressor, simples e gélido, se torna uma extensão dos seus personagens intimidadores.

Inverno da Alma é definido por muitos como um novo "noir" que troca as ruas de uma cidade sombria pelas trilhas das montanhas Ozark, mas é com o grande Western desse ano que podemos traçar mais semelhanças. Em Bravura Indômita, assim como em Inverno da Alma, uma garota decidida e inabalável parte em uma jornada por caminhos perigosos e afastados. Mas o que torna Bravura Indômita inspirador e Inverno da Alma desanimador? Se Mattie Ross é humana e parte na sua jornada com sangue quente, emoções vivas e alma de criança, Ree Dolly é concentrada e árida, e o centro de Inverno da Alma se torna tão frio e sem empatia quanto sua paisagem e seus ameaçadores habitantes.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sem anestesia


Filme: 127 Horas (127 Hours, 2010)
Nota: 9,25
Para ler escutando: Jejune Stars - Bright Eyes

Tomar decisões não é fácil. Raramente uma decisão é tomada com precisão cirúrgica. A vida não é um hospital imaculado, no qual todos os caminhos são escolhidos com porcentagens de sobrevivência exatas e medidas de segurança. Muitas vezes, devemos cortar aquilo que amamos porém está nos prejudicando, nos prendendo, nos mantendo em cativeiro. Repito, esse corte raramente é feito com um bisturi preciso e anestesia local. Cortes doem. São feios. Mas as decisões nem sempre são cheias de alternativas. A vida é cruel em suas múltiplas escolhas. Para Aron Ralston, a vida deu duas alternativas: Sobreviver ou não. O gabarito é marcado no instinto, não na racionalidade.

O instinto de sobrevivência é uma das forças mais intensas que a humanidade conhece. Tatuada em nosso cérebro, em nosso sistema, está uma lei simples: Se mantenha vivo. O nosso organismo faz isso naturalmente. Se estamos com frio, o feedback orgânico entra em ação e acelera o pulso, cria espasmos musculares. Se estamos em perigo, a adrenalina aumenta nossos reflexos e dá mais vigor aos nossos membros. Mas se é assim, porque alguns de nós buscamos o perigo e arriscamos a vida? Porque Aron Ralston, depois de sofrer por 127 horas, continua praticando esportes radicais? É bem simples. Estar vivo é também se sentir vivo. Então, a regra continua em vigor: Se existe um hábito ou coisa no mundo sem a qual você não se sente vivo, você não a abandona.

127 Horas não é um filme fácil. Restrito a um cenário que oscila entre o amplo e o claustrofóbico, Danny Boyle, um dos cineastas mais hiperativos da história, cria uma estrutura de delírios e flashbacks para gerar mais energia cinética e contrastar com a prisão de Aron. Boyle exagera no sentimentalismo em alguns momentos, mas isso era completamente necessário para que o filme conseguisse alçar vôo e não se tornar entediante e quase inassistível. 127 Horas, de certa maneira, transforma o gênero auto-ajuda em arte.

Mas o mais fascinante da direção de Boyle é que sua câmera nunca se vira ou oculta o incômodo, o gráfico. Essa missão, de decidir virar o rosto por fraqueza, é deixada nas mãos do público. Uma forma de expor ainda mais esse tema de decisões difíceis da película. Fica aquela pergunta: Você fecha os olhos? E se fosse você? A conexão criada pelo filme, sua direção, escrita e protagonista, com o espectador é absurda. Você se alegra com Aron quando o lampejo de sol se aproxima, você se ilude e se decepciona com as alucinações, você se emociona. Esse foi o primeiro candidato ao Oscar de 2011 que me fez chorar. A trilha sonora do filme é impecável, e sua sequência de abertura, a melhor de 2010.

Sim, 127 Horas não é um filme fácil, especialmente para seu protagonista James Franco. Em um dos papéis mais desafiadores de 2010, Franco e seu personagem se misturam, e vemos na tela a história de dois jovens amadurecendo: Um ator, que antes gerava descrença, se afirmando com seriedade e qualidade e um rapaz inconsequente e impulsivo crescendo com a dor e as decisões difíceis.

Em Amor Sem Escalas, de 2009, o personagem principal faz uma pergunta: "Quanto pesa a sua vida?". Mas como nos livramos do peso? Nos isolamos, nos livramos daquilo que é pesado? Em Amor Sem Escalas, a conclusão é que esse isolamento é impossível. Em Na Natureza Selvagem, de 2007, a conclusão é que esse isolamento é fatal. Em 127 Horas, a conclusão é que, para nos livrarmos do peso, pagamos um preço. O peso da rocha e da solidão é ainda mais insuportável do que o peso da vida da qual fugimos. A ruptura era necessária. Sem precisão cirúrgica. Sem anestesia.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Preço




Filme: Bravura Indômita (True Grit, 2010)
Nota: 9,5
Para ler escutando: Broken Bells - The High Road/October

"You must pay for everything in this world, one way and another. There is nothing free except the grace of God." Mattie Ross (Hailee Steinfeld)

Na física, nas religiões, na vida de muitos, existe uma lei que declara que "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário". Ela pode receber vários nomes. Na física, é uma das leis de newton. Em religiões? Castigo divino, carma. E no mundo concreto dos humanos, é a lei da vingança. Cada ação merece uma retribuição. Todo erro deve ser pago. Para Mattie Ross, nada é mais importante do que vingar a morte de seu pai. Assim, a precoce garota sai em uma jornada sem volta. Mas quem conhece armas de fogo já avisa: A força que impulsiona a bala também proporciona o coice, um empurrão, ainda mais em um corpo leve, despreparado, inseguro. Toda ação tem uma reação.

Mattie Ross inicia sua jornada com um ímpeto infantil, uma teimosia, mesmo que encoberta por muita "maturidade". Mas ela, tão boa de cálculo, falha na contabilidade das consequências de sua trajetória. Ela mesmo descreve seu destino, no início do filme. Tudo deve ser pago, e ela também paga pela sua vingança. Paga fisicamente, paga em inocência e, pelo que percebemos no momento dos créditos finais, paga renunciando a felicidade.

Ao adaptar Bravura Indômita para as telas, dois diretores escolheram dois caminhos completamente diferentes. Henry Hathaway fez um filme de gênero. E conseguiu transformar o material do livro em um clássico do gênero, com humor, beleza e uma grande performance do maior ícone dos Westerns, John Wayne. Mas tudo era domado demais. Sempre havia uma casa segura para os personagens, comida quente, rios, paisagens verdes. Mas para retratar a verdadeira lei do oeste, a retribuição, a violência, essa história pedia por mais aridez. O pedido foi aceito e os Coen fizeram de Bravura Indômita um filme tecnicamente impecável, com fotografia magistral, e, acima de tudo, verdadeira em suas cores sombrias. Humor? Bastante, mas sempre ácido e negro.

Hailee Steinfeld traz uma Mattie Ross muito mais real, tridimensional do que a retratada por Kim Darby. A Mattie de Hailee é menos caricata, e deixa transparecer, por trás de toda a sobriedade de uma garota que anda armada e pensa em vingança, várias camadas de fragilidade e inocência. The Dude vence The Duke, e Jeff Bridges consegue superar John Wayne ao aumentar o grau etílico, o sotaque e os trejeitos de Rooster Cogburn. Matt Damon sabe equilibrar o irritante com o adorável exatamente na medida necessária para ser personagem. Os 3 formam uma família, três solitários que criam laços improváveis.

Um bom fugitivo sabe que pegadas devem ser apagadas, rastros devem ser mascarados, identidades escondidas. Mas os irmãos Coen não estão fugindo de nada, nem mesmo da responsabilidade de criar uma marca, uma identidade pessoal inconfundível. Com alguns segundos na tela, você reconhece as impressões digitais, as marcas deixadas pelos autores e diretores, prontas para afastar qualquer dúvida sobre "Quem dirigiu esse filme?". Alguns diretores preferem deixar o rio correr e serem conhecidos pela variedade. Mas os Coens não são diretores, eles se tornam tão presentes no filme que quase agem como personagens.

O que é a bravura? É um conceito bem diferente de "coragem". O bravo é de certa maneira inconsequente. O bravo pode ser cegado pelo próprio ímpeto, e o bravo paga o preço por ser tão impulsivo e passional. Quem seria o dono da bravura indômita do título? Ela é dividida, em igual medida, entre Mattie e Rooster, e o velho cowboy vê na garota muito de si. Mas os donos da coragem aqui são os Coen, que não se importam em diluir a aridez com a qual vêem o mundo, e fazem de Bravura Indômita mais uma grande obra. Se a bravura é sempre punida, essa coragem deveria ser recompensada.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Família Real



Filme: O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
Nota: 8,25
Para ler escutando: I Can Talk - Two Door Cinema Club

Amigos são a família que podemos escolher. Essa frase, clichê, abre muitas possibilidades. Especialmente quando as diferenças entre qualquer um de nós e a nossa família se tornam grandes demais, a tendência é que procuremos os amigos mais parecidos conosco que pudermos encontrar. Uma pena. Afinal, poucas coisas podem nos ajudar a crescer como amigos que, de tão diferentes, nos tiram completamente da nossa zona de conforto. Uma zona de conforto que nem sempre queremos abandonar.

O que delimita essa zona de conforto? Podem ser os muros de um palácio, um problema que te impede de crescer e se impor ou a convencionalidade de uma história. E, enquanto seu personagem principal consegue quebrar essa casca, o filme "O discurso do rei" não consegue o mesmo feito e é vitimado pelo mesmo mal do rei George: Uma gagueira, uma lentidão excessiva, um roteiro que fica restrito a um tema e passa tempo demais desenvolvendo uma ideia que, se não gaguejasse, transmitiria em segundos.

Porém, também como seu personagem principal, O Discurso do Rei consegue transpor esse pequeno problema de comunicação lenta e se tornar um filme correto e, em certa medida, fascinante. Completamente britânico em seus momentos de humor e drama, Tom Hooper dirige a película de maneira peculiar, com tomadas interessantes, bela fotografia e um certo grau de excentricidade, curioso para um filme tão convencional, tão "pronto para o Oscar".

Colin Firth e Geoffrey Rush brilham, mesmo em personagens um pouco bidimensionais quando comparados com seus concorrentes no Academy Awards. Colin, que realizou uma das interpretações mais inspiradas de 2009 como um professor em luto em Direito de Amar, e vai finalmente se consolidar como grande ator, recebendo reconhecimento pelo seu "Bertie" revoltado, inseguro porém adorável. Rush não é tão exigido quanto Christian Bale em O Vencedor, mas é impecável como o peculiar terapeuta de voz. O resto do elenco não é tão afiado assim. Helena Bonham Carter não parece se encaixar naquele papel mais tradicional, engessado, e Guy Pearce irrita como Edward, um personagem que se torna um vilão sem motivos justos.

O eixo que move O Discurso do Rei é a dinâmica entre dois homens que não tiveram nenhum preparo para exercer cargos e funções intimidadoras. Porém, com todas as suas imperfeições e despreparos, o que fala mais alto é outro elemento: O destino. Maior do que qualquer cálculo de probabilidade, algo une as trajetórias de um pobre australiano e o líder de um dos maiores impérios. Eles, tão diferentes, são extremamente parecidos em suas inadequações, no carinho com os filhos, nas falhas. E como em uma boa amizade, eles se impulsionam em direção a esse destino, ora com tapinhas nas costas, ora com empurrões bruscos. Mas o resultado é sempre um passo a frente.

Outro mérito de O Discurso do rei é humanizar a realeza britânica. Com falhas, preconceitos, rixas e tradicionalismos, vemos, como em outro sucesso do cinema recente, A Rainha, todas as engrenagens de um sistema que é visto pelo olhar externo como antiquado, ultrapassado, polêmico. O Discurso do Rei coloca a "família" de volta ao termo Família Real. Uma família disfuncional como qualquer outra, apenas escondida por muros maiores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vício e virtude




Filme: O Vencedor (The Fighter, 2010)
Nota: 9
Para ler escutando: Boxer - The Gaslight Anthem

"Todas as substâncias são veneno, não existe uma que não seja veneno. A dose certa diferencia um veneno de um remédio" Paracelso, pai da Toxicologia

Veneno. Substância tóxica. Algo que altera o organismo, prejudica seu funcionamento, paralisa, destrói, tira vidas. Em alguns casos, a administração desse veneno é forçada, com a violência de uma picada de cobra ou uma injeção letal em um prisioneiro. Mas ainda mais violentos são os venenos que se disfarçam, e tornam o envenenado um escravo. Ele encontra a segurança apenas em sua toxicidade, e ignora seus danos. O Vencedor é um filme sobre venenos, ora externos, como o vício de Crack, ora internos, como o próprio sangue e uma família destrutiva e tóxica.

A dualidade veneno/remédio, proposta por Paracelso, está representada perfeitamente pela família de Micky Ward. Enquanto o crack é o veneno absoluto e vilão do filme, o ambiente e as relações são venenos relativos, que paralisam a carreira e a vida de Micky mas também são essenciais para ele. Apenas quando barreiras são criadas e o consumo é reduzido, a influência, antes parasita, da família na sua vida pode se tornar benéfica. Dessa maneira, O Vencedor é um filme sobre a reabilitação de dois homens, que só se livram dos seus venenos quando a vida os obriga.

O Vencedor é um filme extremamente equilibrado. Praticamente sem ceder ao melodrama, David O. Russell mistura doses de humor e drama e mantém o espectador ligado durante toda a película. Não é todo filme esportivo que transforma o cinema em uma verdadeira arquibancada, com direito a torcida genúina na luta final de Micky. Mas é quando trata de conflitos familiares e esquece o boxe que a obra de Russell realmente brilha. A sequência de cenas que acompanham o lançamento do documentário sobre Dicky é de partir o coração.

O filme é um retrato devastador do vício, que tira o foco comum dos filmes sobre drogas, como imagens chocantes, e revela os efeitos do abuso de substâncias também nos familiares do viciado. Dicky Eklund é um personagem complexo, idealizado e desprezado pelo seu povo em diferentes momentos,e se droga para tornar real a mentira sobre a qual fundamentou a sua vida, um tropeço de Sugar Ray que lhe cedeu o irônico título de "Orgulho de Lowell".

As atuações merecem atenção mais do que especial. Christian Bale, merecedor do título batido de "camaleão", não interpreta Dicky, ele se transforma completamente no personagem. Uma sequência, na qual Dicky canta I Started A Joke para a matriarca Melissa Leo, já é suficiente para garantir prêmios para Bale e Leo, que se esforça para não olhar para a destruição do filho até se render ao amor maternal. Wahlberg é uma calmaria em plena tempestade, e merecia mais atenção por seu bom desempenho.

O Vencedor, assim com a vida de Micky Ward, é um campo minado de clichês. Um filme que ganha a descrença de muitos por retomar temas como o boxe, as drogas, a família, a classe baixa, e até mesmo por seu final feliz. Mas assim como o boxeador, que é instruído por seu irmão a pensar em toda sua vida no momento de sua última luta, O Vencedor acha a força no meio dos lugares comuns pois tem o coração no lugar certo e é fiel à sua boa história. Também como Micky Ward,o filme deixa de ser um saco de pancadas para os grandes astros do ano e se torna uma zebra, uma surpresa vencedora.Clichê? Talvez. Apenas um retrato fiel de um clichê que, infelizmente, não nasceu no cinema, e sim na vida real de tantos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Alto Contraste




Filme: Cisne Negro (Black Swan, 2010)
Nota: 9,75
Para ler escutando: Black Mirror - Arcade Fire (Cisne Negro) / Munich - Editors (Cisne Branco)

"The only person standing in your way is you. It's time to let her go." Thomas Leroy (Vincent Cassel)

A luz e a escuridão. Essa dualidade é foco de histórias e lendas desde o tempo das mitologias. Dos Doppelgängers do folclore antigo, os gêmeos do mal, passando pela obra de Guimarães Rosa até chegar em contos da cultura moderna como Star Wars, esse contraste entre as trevas e a luz já recebeu diversas interpretações, mas talvez, nenhuma tão interessante quanto a visão chinesa, o Yin e o Yang. Os opostos complementares. A luz e a escuridão não representam o bem e o mal, o eterno chiaroescuro que divide com fronteiras rígidas o que deve ser feito e o errado, o herói e o vilão. Eles devem coexistir em equilíbrio. Quem vive na escuridão não enxerga o que está na sua frente, porém quem cria um mundo de claridade excessiva, é cegado pela luz na mesma medida. E da cegueira, surge a loucura. E como diria Goya, "O sono da razão produz monstros".

Outro mestre do passado que usou o contraste entre a luz e a escuridão foi o compositor Tchaikovsky, ao criar sua obra O Lago dos Cisnes. Em Lago dos Cisnes, a luz e sua ausência são representadas pela romântica Odette e a sedutora, e filha do vilão, Odile. 134 anos depois da composição desse balé, Darren Aronofsky utiliza a polarização de seus personagens para criar um assombroso conto psicológico de repressão e amadurecimento, o pesadelo coreografado de Cisne Negro.

A (des)construção do personagem de Nina Sayers em Cisne Negro é uma das histórias mais fascinantes que o cinema viu recentemente. Cada elemento de cena compõe Nina, com sua identidade plena de Cisne Branco. O seu olhar, suas expressões contidas já revelam as comportas de sua personalidade, que seguram uma verdadeira tempestade interna. Se a face de Natalie Portman não indica sua repressão para os mais distraídos, todos os elementos de cena amplificam o poder de sua performance, suas roupas claras, seu quarto infantilizado. E seu controle ganha uma forma externa através da sufocante figura de sua mãe.

Mas no meio de tanta luz e pureza, é impossível não reconhecer instantaneamente que existe um desequilíbrio na vida de Nina. Thomas chega como uma perturbação na aparente calmaria, uma tentativa de quebrar a tensão superficial da água do inconsciente de Nina. Mas a tentativa não gera pequenas ondas e imperfeições, gera uma tsunami incontrolável, crua e elétrica. Do desequilíbrio inicial nasce outro, diferente porém igualmente perigoso. Dessa maneira, nasce Lily, um reflexo sombrio de Nina, um artifício usado pela mente do Cisne Branco, desafiando a aparição do Cisne Negro.

Darren Aronofsky utiliza todas as armas que possui para que você sinta o filme, ao invés de assistí-lo. O exagero visível e as utilizações do gênero terror podem parecer excessivas (como na segunda cena do hospital, cena de certa maneira desnecessária) mas tudo está a serviço de algo maior, um cinema que ultrapassa, com suas imagens e roteiro, aquela barreira confortável das premiações e ousa, como Inception ousou no mesmo ano, entrar na arquitetura da mente para buscar histórias mais profundas e grandiosas. Fotografia e trilha-sonora impecáveis, culminando em uma das cenas mais bonitas que eu vi nesse ano em uma sala de cinema, a sequência de dança do Cisne Negro. Natalie Portman está indescritível como Nina.

Cisne Negro é também um filme sobre o processo da arte e o esgotamento que ele pode provocar. Para atingir a perfeição, Nina deve ultrapassar todos os seus limites, matar uma parte de si. Da destruição nasce a arte na sua forma mais sublime. Os exemplos desse processo são inúmeros na arte, por exemplo, Heath Ledger e seu Coringa, um preço alto demais a ser pago pela eternidade de uma obra. A busca pela perfeição pode consumir um indivíduo. E é exatamente a busca por essa perfeição que impede o florescimento da mesma.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Autópsia



Filme: Namorados para sempre (Blue Valentine, 2010)
Nota: 9
Para ler escutando: The Hardest Part/Postcards from far away - Coldplay

O ciclo da vida e a trajetória de um relacionamento guardam inúmeras semelhanças. No início, os primeiros passos são tomados com olhares curiosos, entusiasmo, fascínio. Nessa época, como nos nossos primeiros dias de vida, o coração sempre está acelerado, nos atropelando, as palavras fogem e cada momento é novo, inédito. Mas crescemos e a verdade que descobrimos é que construimos mitos como Papai Noel e Coelho da Páscoa às pressas, e projetamos esses mitos no outro, mitos praticamente fadados a uma queda.

"Fadados". A verdade mais dura sobre os relacionamentos humanos é exatamente a que nos é apresentada na película Namorados para sempre (prêmio de título mais incoerente do ano). Assim como a vida, o amor, na sua forma mais pura, teria um prazo de validade. Como um doente terminal, tudo em um relacionamento é definido pelo momento no qual a trepidante linha do monitor cardíaco, cheia, sim, de altos e baixos mas sempre viva, presente, se achata em um bipe. Em vários casos, a morte é unilateral. O resultado é que, no silêncio do outro, o vivo tenta, às vezes, todas as suas maneiras de ressucitação. Dos choques violentos, como desfibriladores, das brigas até a calma das terapias alternativas. Derek Cianfrance filmou exatamente essa sensação, e o resultado é o doído e incômodo, como deveria ser.

Blue Valentine acompanha um relacionamento precipitado, e o retrata em dois momentos diferentes. O filme oferece recortes da vida de Dean e Cindy juntos, sem perder muito tempo desenvolvendo a história e a personalidade de seus indivíduos. Conhecemos Dean e Cindy momentos antes do primeiro encontro e nos despedimos do casal no momento do fim. Dessa maneira, Cindy permanece como uma criatura misteriosa, que deixa, desde o início do filme, a impressão de um passado amoroso e familiar complexo. Já Dean é um personagem extremamente transparente.

As atuações de Ryan Gosling e Michelle Williams são completamente devastadoras. Ryan, que merecia, talvez, uma indicação ao Oscar, revela perfeitamente o caráter sonhador de Dean, enquanto Michelle brilha em cada micro-expressão de repulsa, cada empurrão, cada choro contido. O filme é deles. A fotografia de Blue Valentine só reforça o caráter documental da obra, realista até o último frame, realismo esse que incomodou a sempre conservadora censura americana.

Alguns dizem que Blue Valentine oscila entre os momentos felizes do início do relacionamento de Dean e Cindy e os seus suspiros finais. Não, Blue Valentine mostra a morte do amor entre o casal e volta ao passado para revelar os sinais escondidos por trás dos sorrisos e ukeleles, o prazo de validade sempre presente nessa intensa e precipitada relação. Tudo ali apontava para o fim, afinal, o mito do herói Dean criado por Cindy vai ruindo aos poucos com a apatia e o consumo de álcool do marido, e com seus próprios sonhos, abandonados.

O primeiro encontro do casal é cheio desses sinais. Dean canta uma música chamada "Você sempre machuca aqueles que te amam", mostra um medalhão de um casal falecido e diz que pretende escapar da morte. A morte aqui pode ganhar um sentido figurado, e Dean não escapa.

Na primeira cena de Blue Valentine, já é possível identificar que o amor de Cindy morreu. O que resta a Dean são tentativas, infrutíferas, de se comunicar com os mortos. E ao diretor, resta a missão, muito bem cumprida, de realizar uma autópsia minuciosa perante as câmeras, com cortes sem direito a anestesia e uma garantia de preservação no formol da história recente do cinema.