Alguns filmes são bons, mas não tem um tema inovador e inspirador o suficiente para gerar um texto inteiro. Alguns filmes não são bons o suficiente para gerar um texto inteiro, ou ruins o suficiente pra me dar vontade de xingar muito no blog (no máximo no tuíter). Por isso, inauguro uma sessão no blog chamada “Na Prateleira”, com comentários breves sobre filmes que antes eu assistia e não dividia minha opinião com vocês.
Filme : Confusões em Família (City Island – 2009)
Nota: 7
Poderia ter na trilha : Heat dies down – Kaiser Chiefs
Você vai gostar se gosta de : Filmes independentes sobre famílias problemáticas.
Com um péssimo título de sessão da tarde, esse filme chegou para mim através da indicação do atendente da locadora, que disse que era uma comédia Cult muito boa. E é verdade, essa família do barulho que apronta altas confusões propicia momentos bem engraçados. Filmes que gastam muito tempo construindo a história são perigosos... se nenhuma maravilha da arquitetura sai depois de tanta construção, a decepção é enorme. “Confusões em família” desenvolve seus personagens e sua trama repleta de mentiras com toda a paciência do mundo, até que as pernas curtas das fachadas de cada personagem se encontram numa cena longa e genial que vale a espera. Sim, assistir um filme inteiro por uma grande cena parece desperdício de tempo, mas não é. Além de Andy Garcia em um bom papel, Emily Mortimer cria uma intrigante Molly, a única personagem que não é parte da disfuncional família Rizzo.
Filme: Coração Louco (Crazy Heart – 2009)
Nota: 8,5
Poderia ter na trilha: Hurt- Johnny Cash
Você vai gostar se gosta de: Country e dramas pequenos
Coração Louco merecia uma crítica grande. Mas não dá pra falar desse sutil e interessante filme de Scott Cooper sem falar sobre seu final. Só posso dizer que é um filme que quase cai na armadilha de ser clichê várias vezes, tratando dos já batidos temas de música, vício e amor, mas consegue escapar em (quase) todas. Assim como a música country, o filme aposta na sinceridade e modéstia, e não se torna excessivamente dramático ou pomposo em nenhum momento. Jeff Bridges, que ganhou o Oscar de melhor ator por seu Bad Blake, é a personificação dessa sutileza do filme. Oscar merecido. A trilha sonora é deliciosa para quem gosta do gênero.
Filme: Os Homens que Encaravam Cabras (The men who stare at goats, 2009)
Nota: 6,5
Poderia ter na trilha: Isle of her - Klaxons
Você vai gostar se gosta de: Dr. Fantástico, Monty Phyton, filmes dos irmãos Coen
Sátira de guerra aos moldes de Dr. Fantástico ou piada interna incompreensível? Esse esforço cinematográfico de Grant Heslov (e uma turma contendo vários dos melhores atores de suas gerações) fica mais na segunda categoria. Non-sense até a última cena, o filme depende menos da força de uma história politizada e séria e mais no timing cômico de George Clooney, Jeff Bridges e de um cada vez mais inexpressivo Ewan McGregor. Eu ri, acho que até mais do que na famosa sátira de Kubrick (eu não gostei de Dr. Fantástico), mas quando os créditos começam a rodar, você pensa: “O que foi isso?”. É o efeito da falta completa de uma história, dá um vazio. Decepcionante. Até pra quem adora humor non-sense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário