segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Oscar Watch 2012: possíveis indicados de um Oscar improvável



Para ler escutando: R.E.M. - Every day is yours to win

Um ano que inclui Scorsese, Spielberg e Woody Allen na disputa por grandes prêmios. Um ano com temas tradicionais para o "cinema de premiações", como guerra, política, conflitos sociais. Um ano com biopics de dois grandes nomes da história mundial, incluindo em seus elencos dois grandes nomes da história do cinema recente. Então, como explicar que um ano tão teoricamente convencional chega até nós através de uma das temporadas de premiações mais estranhas dos últimos tempos?

2011 escapou do conservadorismo descrito acima através de uma série de surpresas que deixam até hoje os cinéfilos atordoados. Sim, tivemos Scorsese, Spielberg, Allen... e todos fizeram fila para serem ofuscados por nomes da nova geração como Alexander Payne e Tate Taylor. Meryl Streep ainda é a grande força em sua categoria, mas pode ser derrubada. Jonah Hill e Melissa McCarthy, conhecidos por comédias nada oscarizáveis, devem ganhar um espaço nas indicações. E o favorito na categoria Melhor Ator não poderá dar seu discurso em inglês. Mas nada impressiona tanto quanto o front-runner dessa disputa: um filme mudo, filmado em preto & branco e dirigido por um francês que não possuia um trabalho respeitado pela crítica em seu currículo pequeno. Entretanto, um fenômeno.

Assim, chegamos às portas de um Academy Award que pode salvar o vexame do ano passado quebrando qualquer expectativa que podíamos ter no início de 2012, quando analisamos os futuros lançamentos. Se em 2011 o pior e mais convencional filme da lista foi premiado, em 2012 isso parece tão provável quanto um show do Arcade Fire no Brasil.

Aí estão meus palpites para as indicações de amanhã. Surpresas (e erros nas previsões) são sempre bem-vindas.

Melhor Roteiro Original:

Meia noite em Paris
O Artista
Missão Madrinha de Casamento
Ganhar ou Ganhar
A Separação


A categoria mais imprevisível. Meia Noite, Artista e Bridesmaids são certezas, mas as duas vagas restantes podem oscilar entre opções como 50%, Beginners e os que levaram meu voto de confiança, A separação, favorito para o prêmio de Filme Estrangeiro, e Ganhar ou Ganhar, um trabalho excelente de construção de personagens feito por Tom McCarthy.

Melhor Roteiro Adaptado:

Moneyball
Os Descendentes
Hugo
Histórias Cruzadas
Os Homens que não amavam as mulheres


Bem mais tranquila que sua categoria-irmã. Um ano forte para as adaptações literárias, que ainda conta com o retorno do vencedor do ano passado, o mestre dos diálogos Aaron Sorkin.

Melhor Diretor:

Michel Hazanavicius (O Artista)
Martin Scorsese (Hugo)
Alexander Payne (Os Descendentes)
Woody Allen (Meia-Noite em Paris)
David Fincher (Os homens que não amavam as mulheres)


O maior temor de qualquer um que aposte nas indicações do Academy Awards é apostar contra as indicações do DGA. Na história, as duas listas apenas não coincidiram em 6 ocasiões... e a sétima nunca pareceu tão próxima, com o indicado ao DGA Fincher combatendo Spielberg e Malick. Mas ainda aposto na entrada de Fincher, pois Cavalo de Guerra perde gás a cada instante e Árvore da Vida é abstrato demais para o estilo Oscar.

Melhor Ator Coadjuvante:

Christopher Plummer (Toda forma de amor)
Kenneth Branagh (Sete dias com Marilyn)
Jonah Hill (Moneyball)
Albert Brooks (Drive)
Nick Nolte (Guerreiro)


Surpresas podem acontecer nessa categoria. Plummer, Branagh e Hill são certezas, Brooks possui enormes chances, mas a vaga de Nick Nolte está longe de estar garantida. Alguns ainda apostam em Andy Serkis por sua performance genial como o macaco César em Planeta dos Macacos: A Origem... mas até Andy sabe, desde Gollum, que os votantes da academia ainda não estão prontos para reconhecer Mo-Cap, processo que vêem como um mero "efeito especial".

Melhor Atriz Coadjuvante:

Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)
Bérénice Bejo (O Artista)
Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento)
Jessica Chastain (Histórias Cruzadas)
Shailene Woodley (Os Descendentes)


Aproveitando o impulso de seu filme (um dos favoritos para o prêmio principal da noite), Shailene Woodley rouba a vaga de Janet McTeer (de Albert Nobbs) nos 45 do segundo tempo. Melissa McCarthy conquista para o sucesso Bridesmaids uma de suas únicas indicações (apesar da insistência de alguns apostadores na indicação da comédia como Melhor Filme - o que não acontecerá).

Melhor Ator:

George Clooney (Os Descendentes)
Jean Dujardin (O Artista)
Brad Pitt (Moneyball)
Michael Fassbender (Shame)
Gary Oldman (O espião que sabia demais)


Vários apostadores colocam Leo DiCaprio na vaga que reservei para Gary Oldman. Mas com o fracasso de J. Edgar, o veterano Oldman pode se esgueirar na lista oficial. As outras quatro vagas? Blindadas em relação a qualquer surpresa.

Melhor Atriz:

Viola Davis (Histórias Cruzadas)
Meryl Streep (A Dama de Ferro)
Michelle Williams (Sete dias com Marilyn)
Tilda Swinton (Precisamos falar sobre o Kevin)
Glenn Close (Albert Nobbs)


Rooney Mara deve ficar de fora dessa vez, permitindo a entrada da veterana Glenn Close e da melhor atriz com passagem pela Área 51 Tilda Swinton. Meryl e Viola disputam o prêmio, e Michelle Williams não deve abandonar sua vaga.

Melhor Filme:

1-O Artista
2-Os Descendentes
3-Histórias Cruzadas
4-Hugo
5-Meia-noite em Paris
6-Moneyball

7-Cavalo de Guerra
8-Os homens que não amavam as mulheres

9-Tudo pelo Poder
10-A Árvore da Vida


Alguns dizem que teremos 6 indicados. Outros, dizem que serão 8. Os mais exagerados gritam 10. Para todos esses, uma lista em ordem de prioridade. Os 6 primeiros entram, definitivamente, na lista final. Spielberg e Fincher (beneficiados por indicações nas categorias direção e edição) ficam com as duas vagas restantes, caso a Academia escolha uma disputa entre oito filmes. No caso completamente improvável de 10 indicados, o drama político de George Clooney e a viagem transcendental de Malick agarram as vagas finais.

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