domingo, 23 de janeiro de 2011
Oscar Watch, o segundo round: Antes da festa, a lista de convidados
Para ler escutando: Say I Won't (Recognize) - The Gaslight Anthem
A festa já está marcada, e os planos começam: "Quem vai ser convidado? Aquele convidado não vai dar vexame? E aquele, você tem certeza que quer ser visto perto dele? O que todos vão pensar? Você não quer que aconteça com a nossa festa aquilo que aconteceu com a festa na casa do Globo de Ouro, quer?"
O Globo de Ouro, ainda bem, ficou no passado (pena que o Rubens Ewald Filho não fica lá também). As escolhas risíveis e aquela anemia toda de um prêmio que parece sortear seus candidatos entre uma lista de mais vendidos não vai (ou vai?) se repetir no prato principal da temporada de prêmios. Afinal, enquanto o Globo de Ouro e o SAG Awards ficam como entradas sem-graça, como saladas, e os festivais como Sundance, Cannes, Veneza e Berlin ficam como sobremesas bem merecidas, o Oscar é, pro bem ou pro mal, o Prato Principal desse jantar cinéfilo.
A arte da previsão dos indicados pro Academy Awards é complexa. Além de análise dos prêmios indicadores, ela necessita de uma certa...coragem. Sempre há uma surpresa, aquele alvo que você erra por centímetros, aquela incoerência. Sempre existe a "5a Vaga". A teoria da 5a vaga funciona sempre: 4 dos indicados são previsíveis e convencionais, e sempre existe uma hesitação na hora de escolher aquele intruso, aquele outsider. Acertei todas as previsões cinematográficas para os Globes, mas não espero repetir o feito aqui. Espero que não repita, ou o Oscar se rendeu a previsibilidade. Na terça-feira, a lista que rege o ano cinematográfico de todos se fecha. Quem vai ser convidado pra festa e quem vai ter que entrar de penetra na noite mais importante do cinema?
P.S.: Relembrando - essa não é uma lista de preferências e eu ainda, infelizmente, vi poucos filmes da corrida desse ano. Onde estão os lançamentos nas salas de cinema, hein?
Melhor Ator Coadjuvante
-Christian Bale (O Vencedor)
-Geoffrey Rush (O Discurso do Rei)
-Andrew Garfield (A Rede Social)
-Jeremy Renner (Atração Perigosa)
-Mark Ruffalo (Minhas mães e meu pai)
A disputa fica apenas entre Bale e Rush, mas Garfield e Renner também estão garantidos na lista. Ruffalo pode não ser uma unanimidade, mas o Oscar não curte escolher por critérios emocionais (Michael Douglas) e John Hawkes não tem gás para surpreender com seu Inverno da Alma.
Melhor Atriz Coadjuvante
- Amy Adams (O Vencedor)
- Helena Bonham-Carter (O Discurso do Rei)
- Melissa Leo (O Vencedor)
- Mila Kunis (Cisne Negro)
- Jackie Weaver (Reino Animal)
Com a subida de Hailee Steinfeld para a posição de Atriz Principal, Jackie Weaver pega a 5a vaga. Mila Kunis está mais sob os holofotes do que Barbara Hershey, e também firma sua posição.
Melhor Ator
- Colin Firth (O discurso do rei)
- James Franco (127 Horas)
- Jesse Eisenberg (A Rede Social)
- Jeff Bridges (Bravura Indômita)
- Javier Bardem (Biutiful)
Só os três primeiros são certezas, aqui. Jeff Bridges pode perder sua vaga para Gosling ou Wahlberg, e Bardem é um chute da blogueira, para uma vaga constante: Ator de filme estrangeiro.
Melhor Atriz
- Natalie Portman (Cisne Negro)
- Annette Bening (Minhas mães e meu pai)
- Jennifer Lawrence (Inverno da Alma)
- Nicole Kidman (Reencontrando a Felicidade)
- Hailee Steinfeld (Bravura Indômita)
Existe praticamente uma cota, um pacto silencioso da presença de uma criança entre os indicados ao Oscar. Hailee fica com a vaga, tirando Lesley Manville e Michelle Williams da disputa.
Melhor Diretor
- David Fincher (A Rede Social)
- Christopher Nolan (A Origem)
- Tom Hooper (O Discurso do rei)
- David O Russell (O vencedor)
- Darren Aronofsky (Cisne Negro)
Será que O. Russell sai para a entrada dos Coen? Acho que não. Russell soube dirigir um elenco, levando a indicações múltiplas para um filme que era uma zebra.
Melhor Filme
- A rede social
- O Discurso do Rei
- A Origem
- Cisne Negro
- O vencedor
- Minhas mães e meu pai
- Toy Story 3
- 127 Horas
- Atração Perigosa
- Bravura Indômita
Previsibilidade 100% nessa, sem muito espaço para surpresas. Toy Story choca os fãs mais puristas, sendo indicada logo após o ano no qual Up conseguiu seu lugar na lista de gente grande. Minhas mães e meu pai agarra a "vaga indie" do ano, expulsando Inverno da Alma, e os Coens chegam atrasados para a festa, mas o segurança os deixam entrar.
Considerações: Prever candidatos a roteiro não é fácil. Cada uma das categorias de Script possuem três candidatos definidos e uma vaga COMPLETAMENTE (repito, completamente) imprevisível. O Oscar adora colocar Sofia Coppola e Woody Allen na jogada para roteiro original, então, quem sabe.
Roteiro adaptado
-A rede social
-127 Horas
-Bravura Indômita
??
Roteiro original
-A Origem
-Cisne Negro
-Minhas mães e meu pai
??
Animações estão fáceis, com grandes chances de um trio formado por Toy Story 3, Como Treinar Seu Dragão e O Ilusionista. Filme estrangeiro, tudo indica que feche em Biutiful (México), Incendies (Canadá), In a better world (Dinamarca), Dente Canino (Grécia) e.... e....quem hein?
domingo, 16 de janeiro de 2011
Oscar Watch, o primeiro round: O comercial e o seguro nos Golden Globes
Para ler escutando: All Arise! - The Decemberists
É TEMPO, finalmente! As estrelas começam a receber seus figurinos gratuitos das mãos de grandes estilistas (e começam a decorar o nome dos mesmos para não fazer feio perante a mídia). O tapete vermelho-sangue é estendido, refletindo as batalhas que acontecem nele, os abraços e os sorrisos falsos emoldurados por um belo par de brincos.
A primeira nota dessa temporada de gala é sempre a nota mais odiada e desafinada. O prêmio da Crítica Estrangeira dos EUA, que aparece no tabuleiro de dardos de cinéfilos do mundo todo sob o apelido de Globo de Ouro, tem uma tendência preguiçosa: Premiar o mais comercial e seguir o caminho mais fácil, e em vários casos, mais burro. Mas se ano passado, o prêmio foi para Avatar, convenhamos que esse ano só pode melhorar. O único caminho é a subida depois de James Cameron.
Sou daquela espécie em extinção, os antiquados que aguardam a estreia em tela grande do filme, e não se empolga quando alguém do twitter avisa "Vazou tal filme em alta qualidade". Ainda acredito que o primeiro impacto, o contato imediato em terceiro grau, só pode acontecer com ingresso comprado, tela grande e anúncio de desliguem seus celulares. Então, preciso avisar a vocês: Essas previsões são só previsões, de uma pessoa "antenada" (odeio essa expressão) que analisa prêmio por prêmio, festival por festival. Não é uma eleição, não escolho aqui meus favoritos, isso fica para o fim de semana do Oscar, ok?
Aí vão minhas previsões para os Golden Globes dessa noite. Espero errar e ganhar surpresas hoje.
-Categorias de TV-
Melhor Atriz Coadjuvante: Sofia Vergara (Modern Family)
Comentários: Ninguém, além de quem vos escreve aqui, assistia Hot Properties. Então, desde a época de Hot Properties, eu digo que a Sofia Vergara é insanamente engraçada. Já está na hora do frenesi Jane Lynch acabar (do frenesi Glee acabar, na verdade) e essa hora é hoje.
Melhor Ator Coadjuvante: Chris Colfer (Glee)
Comentários:Os Globes são extremamente diplomáticos, e não vão ignorar o maior fenômeno comercial da história das séries de TV. O Kurt de Chris Colfer é o coração de Glee, e vai tirar esse prêmio das mãos de Eric Stonestreet.
Melhor Atriz em Comédia: Laura Linney (The Big C)
Comentários: The Big C e United States of Tara não são comédias tradicionais. A tristeza e a força da personagem de Linney são hipnotizantes, e o prêmio merecidíssimo vai pra casa de Cathy Jameson hoje.
Melhor Ator em Comédia: Jim Parsons (The Big Bang Theory)
Comentários:Se você disser que assiste Big Bang Theory por qualquer motivo que não seja Sheldon Cooper, você está mentindo. Jim Parsons carrega a série nas costas sem sair de seu (canto no) sofá. E ainda inspirou, na minha opinião, uma das performances mais elogiadas do ano, o Mark Zuckerberg de Jesse Eisenberg.
Melhor Série de Comédia: Modern Family
Comentários:The Big C é dramático demais, 30 Rock já ganhou coisas demais e Glee é simplesmente ruim. Modern Family pode ser derrotado, mas a vitória da melhor família da TV seria justíssima.
Melhor Atriz em Drama: Elizabeth Moss (Mad Men)
Comentários:Os papéis (e as interpretações dos mesmos) de Peggy Olson e Don Draper são semelhantes, quase gêmeos. Elizabeth Moss merece o prêmio mesmo que apenas pelo genial episódio The Suitcase, e ela encontrará uma oposição menos afiada do que a de seu companheiro de calças e chapéu Jon Hamm.
Melhor Ator em Drama: Jon Hamm (Mad Men)
Comentários:Na performance mais contida e brilhante do ano, o homem por trás do mistério de Don Draper revelou tantas camadas de seu personagem que, se for roubado pelo explosivo e catártico (e também incrível) Bryan Cranston, será uma injustiça digna de choro.
Melhor Série de Drama: Mad Men
Comentários:Muita gente reclama do ritmo de Mad Men. "Ha, mas não acontece nada nessa série". Curioso que esta, que é uma das melhores séries da história, teve em sua temporada mais lenta, uma das melhores. As fragilidades de cada personagem foram exibidas como fios desencapados. Pura genialidade.
-Categorias de Cinema-
Melhor Animação: Toy Story 3
Comentários:Dúvidas? Não né? Mesmo em um ano fortíssimo para a animação, no qual a Dreamworks colocou a Pixar para correr ao jogar seu mesmo jogo em Como Treinar seu Dragão, a saga de Woody e Buzz emocionou o mundo e ganhou esse troféu com risos e lágrimas.
Melhor Direção: David Fincher (A rede social)
Comentários:Escolha óbvia e segura, esse prêmio vem sendo desenhado desde Benjamin Button há 2 anos. Fincher faz um ótimo trabalho transpondo em imagens o roteiro esperto de Aaron Sorkin.
Melhor Atriz Coadjuvante: Melissa Leo (O Vencedor)
Comentários:Jogo difícil nessa categoria. Melissa Leo pode aproveitar dois fatores que tornam os ventos favoráveis: O bom desempenho do elenco de O Vencedor e sua performance genial e ignorada em Rio Congelado.
Melhor Ator Coadjuvante: Christian Bale (O Vencedor)
Comentários:A categoria mais previsível, dessa noite e de quase todas as outras da história dos tapetes vermelhos. Bale sabe que brilha quando se entrega completamente a um trabalho, e já levou esse prêmio e o Oscar pra casa antes mesmo de aceitar o roteiro.
Melhor Atriz em Comédia: Annette Bening (Minhas mães e meu pai)
Comentários:Outra aposta segura. Annette está fantástica na melhor comédia do ano, e merecia até o homenzinho dourado quando for batalhar com Natalie Portman e Michelle Williams nos Academys.
Melhor Ator em Comédia: ?
Comentários:Impossível. Pior categoria da noite, pode premiar injustamente o ano fraco de Johnny Depp, ou escolher o criticado Jake Gylenhaal, ou até mesmo surpreender com o sempre ótimo Paul Giamatti.
Melhor Comédia: Minhas Mães E Meu Pai
Comentários:Um titã no meio de formigas, a comédia indie inteligente de Lisa Cholodenko é uma aposta certeira na noite de hoje. Depois de indicar Alice no País das Maravilhas e Burlesque, esperamos que os Globes dêem algum sinal de sanidade, por favor.
Melhor Atriz em Drama: Natalie Portman (Cisne Negro)
Comentários:Os dias de Rainha Amidala passaram pra Natalie Portman, graças a Deus. Ela firma sua entrada no time das grandes atrizes com essa vitória tranquila nos Globes.
Melhor Ator em Drama: Colin Firth (O Discurso do Rei)
Comentários:Seguindo a "aposta segura e clássica dos Globes", Colin Firth leva o prêmio, eclipsando os jovens e ousados James Franco, Jesse Eisenberg e Ryan Gosling. A teoria dos Globes é a seguinte: Se você é jovem, fica pra próxima.
Melhor Drama: A Rede Social
Comentários:Segundo aquela tal de "aposta segura e clássica dos Globes", O discurso do rei subiria ao pódio essa noite. Mas com tantos aplausos para A Rede Social, os votantes vão seguir o fluxo e presentear Fincher e cia. E o melhor disso tudo: nos olhos dos Globes, isso vai ser uma grande ousadia. Ai ai...só rindo mesmo.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O que perdemos no caminho
Filme: Enrolados (Tangled, 2010)
Nota: 6,5
Para ler escutando: Photosynthesis - Frank Turner
O que é essa tal de “magia do cinema”, que é mencionada em diversos slogans bregas e textos emocionados? A melhor resposta para essa pergunta é que a magia do cinema é aquilo que cada criança sente em uma sala de exibição. A criança experimenta o cinema como ninguém. Quando assiste a um filme de espionagem, ela sai do escuro do cinema como James Bond, se escondendo pelos cantos e imaginando perigos. Quando assiste a um romance de contos de fadas, a criança é príncipe ou princesa, quer varinhas de condão ou portar espadas. Nunca mais vamos vivenciar o cinema como vivenciávamos nas nossas infâncias.
Hoje eu me vi no meio de inúmeros pequeninos em uma pré-estréia de Enrolados, o mais novo desenho animado dos estúdios que se especializaram na “Magia do cinema”, que talvez inventaram essa magia na maneira que conhecemos, a Disney. A criança é o espectador mais sincero e fiel de todos. Ela ama ou odeia, ela não liga para críticas, para lógica, para furos de roteiro. A verdade é que nunca mais seremos tão criativos, dinâmicos e fascinantes como éramos quando crianças, pois temos regras, noções de certo, errado, inteligente, burro, tão solidificadas que nos tornam ligeiramente imunes à toda a Magia. O espectador infantil é fascinante para a indústria por que ele sempre vai ao cinema.
Downloads ilegais e DVDs piratas mudaram muito a maneira de consumo da sétima arte. Aquele ritual de esperar um lançamento, pegar filas, sentar de pipoca em mãos, o apagar das luzes, os esperados trailers passando pelos olhos até que o logotipo da produtora declara silenciosamente que a hora chegou, ah, aquele ritual morreu. Mas ele nunca morreu para as crianças, não existe crise no cinema infantil. Crianças não querem sentar na frente de uma tela de LCD, suas aventuras grandiosas querem o escuro da sala de cinema. Só ali os sonhos escondem a realidade, o mundo pára.
Mas o que acontece quando crescemos? Coloquei meus óculos 3D para descobrir isso nessa tarde de férias, e fiquei decepcionada com o resultado. Em uma cena no início de Enrolados, um cavalo e um homem caem de um enorme precipício. Ambos saem andando, sem nenhum arranhão. Eu soltei um “humpf” e um risinho irônico. Enquanto isso, uma criança na minha fileira quase delirava. Já percebi como seria o restante da sessão para mim. Cada cena me lembrava uma sátira, Encantada, Shrek, eu via tudo com um olhar sarcástico e envelhecido, sobrancelha direita levantada e sorriso torto.
Enrolados é o 50º filme dos estúdios Disney. Parte de uma linhagem privilegiada, que conta com animações históricas, que marcaram a minha infância e a de grande parte da população mundial. Será que se revermos aqueles clássicos como adultos, eles nos parecerão tolos? Provavelmente não, mas 80% daquilo que vamos sentir é nostalgia.
O único problema da fidelidade do público infantil é que, assim que a Disney descobriu as fórmulas mágicas, a saída mais confortável foi repeti-las e repeti-las. Enrolados é o resultado de uma entrega do estúdio à preguiça, à zona de conforto. A Dreamworks fez, recentemente, um desenho capaz de conquistar adultos e crianças, sem recorrer a piadas de duplo sentido e apelações. Mas qual é a diferença principal entre Como Treinar o Seu Dragão e Enrolados? O primeiro foi feito com o coração. Emocionante e entusiasmado. Enquanto o diretor de "Dragão" dirigiu com olhos de criança, a equipe criadora dessa nova versão da história de Rapunzel pensou de maneira racional e robótica: Músicas, bichinhos, uma bruxa e um galã? Temos nossa mina de ouro aqui.
Nada é mais preguiçoso e oportunista em Enrolados do que a dublagem nacional. É uma experiência dolorosa ver Luciano Huck destruindo o filme, com uma ausência completa de emoção. Ele não atua, não interpreta. Ele lê como lê um cartão de apresentação de seu programa semanal. Além disso, as músicas originais são assassinadas pelas versões nacionais. Mas culpar dublagens é completamente ridículo, e existem outras falhas nessa nova película.
O final de Enrolados bate recordes de previsibilidade e ausência de sentido, em uma tentativa quase mecânica de tornar o filme mais adulto. Os exageros nas cenas deixam de ser magia para servir o monstro cruel do 3D, em quedas e saltos intermináveis. Duas cenas se salvam no filme, e se salvam com classe. Enquanto a turma do Saloon cativa qualquer um com a música “Eu tive um sonho”, o momento romântico no lago entre Rapunzel e Flynn derrete corações e traz um dos usos mais poéticos da nova tecnologia tridimensional. O 3D, em Enrolados, ganha usos divertidos e excessivos, mas é mal pensado e mal feito. Divertida, excessiva e mal pensada pode descrever, na verdade, não só o 3D, mas toda a experiência dessa obra.
Para recuperar o público que se acostumou com a comodidade e a economia dos downloads, o cinema quer recuperar o olhar infantil e a magia do cinema em nós, adultos. Algumas vezes, raras, filmes conseguem essa proeza, fazendo grandinhos se sentirem em um videogame com Scott Pilgrim e Tron, ou dando asas àquele velho sonho de ser um super-herói com Kick-Ass. O 3D é uma tentativa desesperada de conectar o público com a tela. Mas o 3D só não falha em duas coisas: gerar dores de cabeça colossais e frustrações ainda mais colossais quando o roteiro fica em segundo plano. As crianças ainda aplaudiam Enrolados quando eu saí do cinema, me sentindo velha, uma velha rabugenta que não consegue mais se desligar das leis da física, das convenções do cinema, dos furos de roteiro e simplesmente curtir a viagem. Uma frustação similar a de quando vi O Expresso Polar e lamentei não acreditar mais em Papai Noel. A magia acabou? Culpa minha ou culpa da Disney?
E você... ainda se lembra do que sentiu quando foi ao cinema pela primeira vez?
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